POR QUE A GESTÃO DE RISCOS EM NEGÓCIOS FAMILIARES É TÃO VITAL?

As empresas familiares representam cerca de 90% dos negócios no Brasil, segundo estudo do IBGC.

Historicamente, os negócios no país tiveram início com fundadores que passaram o controle para gerações seguintes.

Além disso, os laços familiares geram confiança para administrar o negócio. Porém, somente 30% das empresas sobrevivem à segunda geração.

Lidamos diariamente com os desafios de gestão de empresas familiares e muitos de nossos clientes, mesmo os mais experientes, revelam problemas na operação, no dito ‘chão de fábrica’, que poderiam ser evitados, caso boas práticas fossem seguidas.

Não há fórmula mágica, obviamente, contudo, muitos riscos, falhas operacionais e controles internos ruins, fazem com que erros básicos continuem a colocar os negócios em situações conflitantes ou de perdas reais.

O QUE TEMOS VISTO NO DIA A DIA DE NEGÓCIOS FAMILIARES?

Os riscos incluem nepotismo, conflitos familiares afetando decisões, resistência a mudanças e inovação, sucessão problemática, falta de profissionalismo e capital limitado.

Segundo a KPMG (empresa de consultoria multinacional), a sucessão é o principal risco, com potencial para disputas entre herdeiros.

Conflitos não resolvidos entre familiares também estão entre os maiores riscos.

MUITO DOS PROBLEMAS SERIAM RESOLVIDOS SE NÃO FOSSE O BOM E VELHO NEPOTISMO EM CONTRATAÇÕES E PROMOÇÕES?

É preciso desenvolver processos transparentes e meritocráticos para contratar e promover funcionários.

Remuneração e bônus devem ser baseados em avaliação de desempenho.

A contratação de profissionais externos para cargos-chave, também é um caminho aconselhável. Isso fortalece o negócio com as melhores pessoas, independente de laços familiares.

Nossas orientações sobre as boas práticas em gestão de riscos em empresas familiares

Estabeleça regras claras de governança que separam família e empresa. Crie conselhos com membros externos à família para decisões estratégicas. Implemente código de conduta e canal para denúncias anônimas.

Sem inovar, a empresa se torna obsoleta e perde mercado. Mesmo com tradição e aversão a mudanças, é vital ter visão de longo prazo e cultura de adaptação.

Incentive a geração mais jovem a trazer novas ideias. Invista em pesquisa e desenvolvimento. Abrace transformação digital e novas tecnologias.

Planeje a sucessão com pelo menos 5 a 10 anos de antecedência. Tenha regras claras sobre o processo, sem surpresas. Prepare os sucessores com mentorias e experiência.

Ouça e respeite diferentes opiniões. Contrate consultoria especializada se necessário. Uma transição bem gerida preserva o legado familiar.

Profissionalize processos com avaliações formais de desempenho e remuneração por meritocracia.

Muitas empresas têm um foque excessivo em resultados, muitas vezes isso não é suficiente, é preciso investir em gestão de riscos.

Desenvolver uma visão estratégica e planejamento de longo prazo não é tão fácil em empresas de gestão famílias, um caminho seguro é a adoção práticas ágeis, ou gestão de projetos ágeis.

Capacitar as lideranças em gestão, por mais básico que pareça, é onde deveria se concentrar boa parte do investimento da empresa. Com governança profissional, o negócio se fortalece.

  • Digitalização de processos e novos modelos de negócio
  • Parcerias com startups e empresas de inovação
  • Planos de sucessão e governança corporativa
  • Sustentabilidade e propósito social das empresas – foco no ESG
  • Captação de investimentos em private equity e venture capital
  • Gestão jurídica focada em riscos e business-family

Nossas análises

Os negócios familiares têm um grande potencial de sucesso e perpetuação quando conseguem equilibrar tradição e modernização em suas práticas de gestão.

Ao enfrentar os riscos inerentes a esse modelo de negócio com visão estratégica, planejamento, governança corporativa e profissionalismo, é possível garantir o legado e a prosperidade da empresa por muitas gerações.

A sucessão, sem dúvida, é um momento delicado que precisa ser bem administrado, com regras claras e preparação dos sucessores, mas existem outros desafios cotidianos que também não podem ser ignorados, como nepotismo, conflitos familiares, resistência a mudanças, capital limitado.

Atacar essas questões de frente, com processos transparentes e meritocráticos, é o caminho para blindar o negócio familiar.

Inovação e transformação digital são tendências impossíveis de evitar em qualquer setor.

As empresas familiares precisam encarar isso como uma oportunidade e não como uma ameaça às suas raízes.

Investir em pesquisa, desenvolver novos produtos e modelos de negócio, adotar novas tecnologias, tudo isso mantém a organização competitiva e relevante.

É importante também buscar fontes de financiamento externas à família, seja via mercado de capitais, private equity, aceleração e programas de apoio a negócios. Isso traz fôlego financeiro para crescer de forma sólida e sustentável.

Negócios familiares que adotam as melhores práticas de gestão e se reinventam sem perder suas origens têm enorme potencial de continuidade e prosperidade por muitas gerações, levando o legado familiar adiante.

É possível vencer os desafios e perpetuar a história dessas empresas com visão, planejamento e profissionalismo.

 

Por Mozart Ferreira – Sócio na GFGA Advogado